
A canção já tem seu despertar marcado por uma arquitetura conjuntural não apenas madura, mas consistente. Misturando a desenvoltura de um sincrônico time de metais que lhe proporciona vivacidade com uma linha percussiva de desenvoltura saliente e requebrada, a faixa explora nuances de sensualidade e ímpetos de uma curiosa e embrionária alegria através do soul com notas sincopadas charmosamente africanas como guia estrutural.
Contando com uma densa camada de baixo, a qual, além de proporcionar consistência à melodia, amplifica as identificações de sensualidade anteriormente ofertadas somente pela bateria, a faixa, liricamente, conta com um vocal agudo e afinado vindo de Niarela Papou. Inclusive, o vocalista é respaldado por uma equipe de backing vocal feminino que engrandece, uma vez mais, a veia harmônica da composição.
Enquanto explora a sensorialidade de leveza, sensualidade e frescor, Tiekorobá surpreende o ouvinte por trazer a participação da banda brasileira Morulla, com seu vocalista sendo responsável por dar vida às linhas líricas das pontes entre estrofes. Com sua voz grave a ponto de rememorar aquela de Marcelo Falcão, o referente cantor insere, na composição, o reggae, engrandecendo o arranjo e a musicalidade da obra. Enquanto isso, ela apresenta um enredo verbal que fala e reflete sobre os chamados sugar daddies e as pessoas que com eles se relacionam motivadas por simples interesses materiais.